RIO - As três empresas que disputam a licitação para o fornecimento de caças de combate para a Força Aérea Brasileira (FAB) ainda não protocolaram suas propostas, que devem ser entregues até sexta-feira. Para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a sinalização dada pela Embraer a favor do produto sueco, o Gripen NG, fabricado pela Saab, não deve ser determinante para a escolha do aparelho. A fabricante brasileira afirmou, segundo o Valor Econômico, que a proposta sueca favoreceria a transferência de tecnologia.
"Não cabe à Embraer ter opinião sobre esse assunto. Cabe ao governo brasileiro e a Embraer não é parte do governo brasileiro", afirmou Jobim, que participou da International Nuclear Atlantic Conference (Inac), no Rio de Janeiro.
Além da empresa sueca, disputam a concorrência a Boeing, com o FA-18 Super Hornet, e a francesa Dassault, com o Rafale. O ministro acrescentou que o acidente da semana passada envolvendo dois aviões Rafale no Mediterrâneo não piora a situação da companhia da França na licitação, uma vez que as primeiras investigações não descartam a possibilidade de erro humano.
Jobim também sepultou a ideia de criação de um serviço de ponte-aérea interligando os aeroportos de Jacarepaguá, no Rio, e do Campo de Marte, em São Paulo. Segundo ele, os dois locais deverão se concentrar no futuro nos voos com helicópteros.
"O Campo de Marte tem uma destinação específica, já que vai ser um dos pontos de passagem do trem de alta velocidade. De outra parte, Jacarepaguá tem inviabilidade de expansão", ressaltou.
(Rafael Rosas | Valor)
Fonte: O Globo