A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o trem de alta velocidade (TAV) vai trafegar dentro de túneis entre as duas paradas previstas em Campinas: do Aeroporto Internacional de Viracopos até a Estação Cultura, no Centro de Campinas. Isso significa a possibilidade de construção de 20 a 30 quilômetros de túneis — dependendo do projeto — no trecho urbano da cidade, com início no Jardim São Domingos, passando pelo Campo Belo, Viracopos, Jardim Florence, Jardim das Bandeiras, Vila Itália e Trevo da Bosch, chegando ao Centro pelo trajeto que margeia a ferrovia do corredor de exportação.
A construção de túneis ocorrerá em todos os trechos urbanos por onde o TAV irá passar, entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Pela proposta inicial, dos 510 quilômetros, o trem rápido percorreria 90,9 quilômetros em túneis entre as três cidades. A decisão de mudar esse projeto foi tomada para garantir a segurança da operação do sistema de alta velocidade. A violência está entre os motivos. O diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, disse que os problemas de segurança da Região Metropolitana do Rio não foram determinantes, mas influenciaram na decisão.
Segundo ele, mesmo que a linha fosse construída na superfície, ficaria totalmente confinada, porque o risco da travessia é muito grande. “Não pode, por exemplo, haver o risco de animais ou pessoas nos trilhos”, disse, via assessoria. No Rio de Janeiro, estavam previstos inicialmente 11 quilômetros de túneis e, na nova versão, serão mais quatro. Em São Paulo, a previsão inicial era de 17,7 quilômetros subterrâneos entre os aeroportos de Cumbica (Guarulhos) e do Campo de Marte, onde estarão as estações. Essa malha será acrescida de mais dez quilômetros de túneis para o TAV chegar pelo subsolo até o início da Rodovia dos Bandeirantes, na saída para Jundiaí.
Em Campinas, estavam previstos 4,5 quilômetros de túneis a partir da Rodovia Santos Dumont até a estação a ser construída dentro de Viracopos, além de outros 2,3 quilômetros entre o aeroporto e o Centro. Na nova versão, o trem vai pelo subsolo desde o momento em que entrar em área densamente povoada até o Centro. Entre o aeroporto e a região central há cerca de dez quilômetros de baixa ocupação populacional. A ANTT não informou se esse trecho será em superfície. Se for essa a opção, então o trajeto subterrâneo terá 20 quilômetros dentro da área de Campinas.
O secretário municipal de Urbanismo, Hélio Jarretta, informou que a recomendação do governo municipal foi a de entrincheirar o máximo possível o trajeto do TAV em Campinas para evitar riscos de acidentes. “Mas tudo isso são indicativos porque quem ganhar a concorrência para construir e explorar o trem poderá ter nova proposta. Mas o vencedor terá necessariamente que interagir conosco”, afirmou Jarretta.
Fonte: Cosmo On-line