Problemas de saúde, na maioria de pouca importância, são uma constante entre os milhões de passageiros que viajam anualmente de avião, em longos cursos até 20 horas, segundo um estudo a publicado hoje na revista britânica The Lancet.
Os idosos com problemas cardíacos, pulmonares ou circulatórios correm mais riscos de não suportar a menor pressão na cabina e, em consequência, de sofrer os efeitos da hipoxia (diminuição do oxigénio distribuído aos tecidos pelo sangue), precisam os dois médicos especialistas em serviços de urgência autores do estudo.
De um universo anual de 2.000 milhões de passageiros de viagens aéreas de longo curso, 18 por cento padecem de doença crónica pulmonar obstrutiva (bronquite crónica grave, enfisema), razã pela qual podemos sentir dificuldades respiratórias a bordo.
Os voos de longo curso multiplicam também - até quatro vezes, de acordo com o estudo - o risco de embolias, agravadas se houver desidratação e imobilidade, a que estão sujeitos os passageiros sentados junto às janelas.
O ambiente fechado pode ainda facilitar a propagação de infecções, sobretudo àqueles que se encontrem junto a um doente.
Viajar com muita frequência e a grande altitude não é recomendável a grávidas, por causa das radiações cósmicas, nocivas para o feto.
Os dados recolhidos pelos médicos são inconclusivos sobre a verdadeira dimensão dos problemas de saúde a bordo, embora de possa concluir que, em geral, não revestem gravidade e afectam sobretudo o escalão etário dos maiores de 70 anos.
Fonte: Correio do Minho