Cinco dos mortos eram turcos, e quatro, americanos
Apenas uma semana antes do acidente com um Boeing 737-800 da Turkish Airlines, que caiu na quarta-feira em Amsterdã, matando nove pessoas, funcionários do setor aéreo turco haviam alertado sobre supostas deficiências na manutenção das aeronaves da companhia.No dia 18 de fevereiro, o Sindicato da Aviação Civil da Turquia havia acusado a empresa, em texto divulgado na internet, de “fazer um convite ao desastre” ao ignorar os trabalhos de manutenção.
– A direção da companhia não entende as consequências de afastar as pessoas de seu trabalhos – atacou o sindicato, que representa 12 mil funcionários da Turkish Airlines.
A empresa confirmou o alerta dos funcionários sobre a manutenção. Admitiu, também, que a aeronave havia passado por reparos no início da semana, após ter apresentado defeito.
O avião, que deveria realizar um voo com destino a Madri, foi retirado de serviço depois de um informe de um piloto sobre uma falha no painel, e a peça defeituosa foi substituída no mesmo dia, permitindo à aeronave voltar a voar – explicou a Turkish Airlines, acrescentando que, depois disso, o Boeing chegou a realizar oito decolagens e aterrissagens sem problemas.
De acordo com a rede de televisão CNN, o avião passou por inspeção duas vezes na semana anterior ao acidente: em 18 de fevereiro, em razão de problemas em uma asa, e em 23 de fevereiro, devido a um incêndio no sistema de alerta geral.
Na Holanda, o chefe da Agência de Segurança nos Transportes, que investiga o desastre, afirmou ontem que um problema nas turbinas pode ter sido responsável pelo acidente. Pieter van Vollenhoven disse, em declarações reproduzidas pela emissora de TV pública NOS, que o avião caiu rapidamente, o que seria um indício de que os motores haviam morrido. Van Vollenhoven informou também que a análise das caixas-pretas, que está sendo realizada em Paris, pode ser concluída hoje. No entanto, as autoridades holandesas só divulgarão as conclusões preliminares na semana que vem.
Cinco dos mortos eram turcos, e quatro, americanos
O voo 1951, que havia decolado de Istambul, caiu às 10h30min (6h30min pelo horário de Brasília) de quarta-feira em uma área rural a dois quilômetros do aeroporto de Schiphol. Também ontem, foi divulgado um novo número de pessoas a bordo: 135, e não 134. Dos mortos, cinco eram cidadãos turcos, e quatro, americanos.
– O avião ficou muito danificado, é surpreendente como algumas pessoas conseguiram sair sozinhas de lá, é como um milagre – declarou Fred Sanders, porta-voz da Agência de Segurança nos Transportes.
Fonte: Zero Hora