domingo, 15 de fevereiro de 2009

Indústria de carga aérea crescerá 5,8% em 20 anos

A indústria de transporte de cargas deverá crescer cerca de 5,8% nos próximos 20 anos, podendo variar entre 4,8% e 6,7%. Já em 2009, o segmento deve recuar, acompanhando a retração do Produto Interno Bruto (PIB) mundial previsto em 0,5%. A avaliação é do analista de carga aérea da Boeing para a América Latina, kai Heinicke. A companhia é a maior fabricante mundial de aviões para transporte de cargas, responsável por 90% dos aviões atuantes no segmento.

Segundo Heinicke, a previsão de maior crescimento para o setor é em relação à Ásia, com destaque para o mercado doméstico de transporte aéreo do China, que deverá crescer cerca de 10%, segundo previsão da companhia. "As transportadoras asiáticas, entretanto, apostam em um crescimento de cerca de 20%. Se isso se concretizar, o desempenho do setor será ainda melhor", disse Heinicke, completando que a produção de aviões cargueiros acompanha a demanda pelo serviço de transporte.

"O crescimento do setor deve começar a dar sinais de melhora já em 2010, seguindo o PIB", afirmou. Na avaliação da companhia, a economia mundial deverá crescer em torno de 2,5% em 2010. "A retomada será puxada pelos estímulos econômicos como redução de impostos e liberação de capital para instituições financeiras, aumentando a oferta de crédito." Além disso, Heinicke destacou a queda nos preços do petróleo. "Esse é um dos maiores gastos dos transportadores. Pagar menos pelo combustível é como ganhar dinheiro extra", ressaltou.

Segundo ele, a queda no preço do petróleo também deverá incidir no custo do serviço, tornando-o mais competitivo e com maior demanda.

Quanto ao número de aviões, a companhia prevê crescimento de cerca de 50% nos próximos 20 anos, passando de 1,948 mil, para 3,892 mil. De acordo com a Boeing, do número total de aeronaves atuando no transporte de cargas, 1,4 mil deverão ser aposentados nesses próximos 20 anos, aumentando a demanda por novos aviões cargueiros.

As aeronaves com alta capacidade (acima de 80 toneladas) são as que deverão ter maior aumento em quantidade, passando de 26% da frota mundial atual, para 35%. Já as de média capacidade (entre 40 e 80 toneladas) terão redução, passando de 35% para 30%, e a frota de aeronaves de pequeno porte - normalmente aviões de transporte de passageiros convertidos - devem passar de 39% para 35%.

Heinicke destacou que os aviões convertidos são bem mais baratos que os novos, e por isso são utilizados em grande escala. "Já quando o avião será usado para longas distâncias, compensa mais utilizar aeronaves novas e com grande capacidade. Elas são mais leves, e tem maior aproveitamento de combustível, reduzindo custos."

Segundo o analista, nas próximas duas décadas serão necessários 640 novos aviões de alta capacidade, 210 de médio porte e 10 de baixa capacidade. A Boeing estima manter liderança na produção desses aviões nos próximos anos. De acordo com o analista, os maiores concorrentes diretos da companhia são Airbus e aviões de produção russa.

Fonte: Gazeta Mercantil